Google+: Primeiras Impressões

Eu sou um fã confesso da socialização que é possível realizar com as redes sociais. Eu já achava que tinha muitas - Orkut, LinkedIn, Twitter, Facebook e Foursquare - quando, no meio da semana passada, eu recebi um convite de um colega para me juntar ao Google+ (Google Plus). Tenho o hábito de ouvir podcasts sobre tecnologia como TWiT e TNT e mal tinha ouvido a notícia do lançamento desta nova rede social quando recebi o convite. Não é preciso dizer que nem pestanejei e já corri para efetivar minha inscrição. Depois de pouco mais de uma semana de uso, intenso, diga-se de passagem, me sinto mais à vontade para postar uma revisão por aqui.

O principal conceito no qual o Google+ se baseia é o conceito de círculo de amizades, ou circles. Um círculo de amizades é, essencialmente, uma lista de pessoas que possui alguma característica em comum. O Google+ vem com 4 círculos pré-definidos para você: Friends (amigos), Family (família), Acquaintances (conhecidos) e Following (seguindo). Uma mesma pessoa pode fazer parte de vários círculos. A diferença do Google+ Circles para outras formas de gerenciar contatos como o as listas do Facebook ou os grupos do Orkut é a facilidade de fazer isto arrastando e soltando os amigos nos seus diferentes círculos, chega a ser divertido organizar seus contatos. Para criar um novo círculo, selecione e arraste para um círculo especial que permite criar um novo círculo. Você pode ver o Google Plus Circles em ação neste vídeo do YouTube. Talvez inspirado no Twitter, as ligações entre pessoas no Google+ são assimétricas, ou seja, se você resolve me adicionar em algum círculo seu, eu não tenho a menor obrigação de fazer o mesmo. Quando eu adiciono alguém em um círculo, a pessoa só sabe que eu a incluí em um círculo, não em qual deles (ou em quantos) ela foi adicionada.

Outra faceta do Google+ é o seu perfil. No meu caso, ele já veio com muitas informações preenchidas. Acredito que ele tenha pego estas informações do perfil Google que eu tinha criado algum tempo atrás e também de dados existentes em minha conta do Orkut. Ou seja, o Google+ é alavancado pelos aplicativos previamente existentes no ecossistema Google. O perfil Google+ vem pré-configurado com bons padrões de privacidade ativados e é sua obrigação atualizá-lo para permitir que pessoas externas aos seus círculos possam enxergar seus dados. As configurações de privacidade são bastante granulares, praticamente uma configuração para cada item do perfil. Como em todo conteúdo do Google+, é possível dar acesso à informação para um círculo, um grupo de círculos, todos os círculos ou para toda a Internet.

Uma outra faceta de infra-estrutura do Google+ é o recurso de fotos (Google+ Photos), construído sobre o Picasa. Nesta versão do Picasa, não há limite pré-estabelecido de quantas fotos é possível manter no sistema. Ao tirar fotos em seu celular Android, é possível configurar o Google+ para Android fazer o upload automático, Instant Upload, destas imagens para o Google+ Photos. Lá as fotos são privadas até que você opte por compartilhá-las.

Talvez o recurso mais utilizado do Google+ seja o Stream (corrente ou fluxo), que é a primeira coisa que vemos ao logar no sistema. Trata-se de uma visão de tudo que está sendo compartilhado por contatos de seus círculos no Google+. Neste módulo é possível filtrar a corrente por círculos, ver conteúdo direcionado a você por pessoas fora de seus círculos (Incoming) e também ver eventos nos quais você está envolvido (Notifications) como alguém lhe adicionar em um círculo, alguém comentar um post seu, alguém comentar em um post no qual você comentou, uma foto de seu celular ter sido transmitida automaticamente para seu álbum de fotos e etc.

Como o Google é bastante esperto, ele enxergou valor no conteúdo gerado pelas pessoas e disponibiliza uma forma de fazer buscas no conteúdo de páginas na Internet compartilhadas pelos usuários. Este recurso se chama Sparks e também aparece na página inicial Stream.

Uma grande novidade do Google+ é o recurso Hangout, onde é possível começar uma vídeo conferência com qualquer nível de compartilhamento discutido acima. Quem estiver incluído no compartilhamento irá ver isso em sua página inicial e terá a oportunidade de ingressar no Hangout. Todos os vídeos dos participantes ficam no canto inferior da tela e, quando uma pessoa está falando, seu vídeo é promovido para o centro da tela e fica maior que os outros. Este recurso é muito bem feito e me parece uma verdadeira inovação.

A contraparte da vídeo conferência nos computadores desktop é o recurso Huddle, da versão móvel do Google+. Nele é possível disparar o que parece ser mensagens de SMS para o público que você escolher e responder em tempo real. Assista a este vídeo do YouTube para mais informações sobre este recurso.

Com tantas novidades no Google+, ficamos loucos para poder ingressar no sistema. Infelizmente, o acesso está restrito para ondas de convites. O fato de você ser adicionado em algum círculo parece disparar os convites, mas é necessário esperar na fila até que um esteja disponível para você. Este foi mais ou menos a forma com que o acesso ao Gmail foi fornecido. Tive sorte de ter sido incluído em uma das primeiras ondas de convites (ingressei um dia após o lançamento), mas tenho esperança que esta etapa experimental do Google+ chegue logo ao fim para que eu possa realmente sentir o alcance desta nova ferramenta de comunicação.